Depois de mergulhar na simbiose entre os seres que habitam a Grande Barreira de Corais na Austrália, pesquisadores do King’s College de Londres emergiram com uma ideia: transformar uma propriedade natural de algas e corais em produto contra queimaduras de pele.
Esses seres marinhos possuem o aminoácido micosporina (MAA), que absorve os raios ultravioleta e os protege contra o sol. A substância é conhecida há 25 anos, mas agora os cientistas descobriram que, quando ingerida, pode provocar o mesmo efeito em outras espécies.
Segundo Paul Long, líder da pesquisa, peixes que se alimentam desses corais possuem MAA na pele e nos olhos. A proposta é que possamos literalmente comer esse aminoácido em concentrações bem maiores que as encontradas nas algas e ficarmos mais protegidos do sol. Como a dieta japonesa inclui alimentos como o Nori, um tipo de papel de algas verdes usado no sushi, que também contém MAA, Long imagina que a substância não seja tóxica para os humanos.
A ideia dos cientistas é sintetizar o aminoácido em laboratório e usá-lo na fabricação de um protetor solar em comprimido. “Esperamos estar prontos para testar a substância em 5 anos”, afirma o pesquisador. Apesar do fator de proteção da cápsula ainda não ser definido, testes anteriores feitos por pesquisadores brasileiros mostram que o espectro de absorção desses aminoácidos é muito próximo ao das loções que estão hoje no mercado.
Os pesquisadores esperam ainda que a descoberta possa ser aproveitada na agricultura. Modificando geneticamente os vegetais muito sensíveis à luz solar, será possível protegê-los contra o aquecimento global.
FONTE: GALILEU
Fonte: Oficina do Estudante