Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) descobriram substâncias que podem auxiliar na produção de tecidos do fígado em laboratório ou até mesmo de um órgão artificial criado para transplantes. O processo até hoje desafia a ciência porque as células do fígado, conhecidas como hepatócitos, perdem sua função quando removidas do organismo.
Em um estudo publicado neste domingo no periódico Nature Chemical Biology, os autores descrevem diversas substâncias que ajudam as células do fígado não só a manter sua funcionalidade, mas também a se multiplicar em laboratório. Partes do órgão criadas artificialmente poderiam ser utilizadas em transplantes e no tratamentos de doenças crônicas, como a hepatite C, afirmam os pesquisadores.
Sangeeta Bhatia e sua equipe de pesquisadores já haviam conseguido manter temporariamente a função de células do fígado, intercalando essas células a fibroblastos (células do tecido conjuntivo) de camundongos. No novo estudo, eles utilizaram a mesma técnica para testar como 12.500 substâncias afetavam o crescimento e a função das células do fígado.
Após analisar centenas de células de oito doadores, os pesquisadores identificaram 12 compostos que ajudaram a manter o funcionamento e ainda promover a divisão das células.
Os próximos passos do estudo incluem colocar as células do fígado tratadas em estruturas de polímeros e implantá-las em camundongos e descobrir se elas poderiam substituir tecidos do órgão. Eles também estudam a possibilidade de desenvolver medicamentos que ajudem a regenerar as próprias células do fígado dos pacientes.
Sangeeta Bhatia também contribuiu recentemente com outro ponto importante para um possível implante de tecido do fígado: a capacidade de o organismo do receptor criar vasos sanguíneos para levar oxigênio e nutrientes ao novo tecido.
Em um artigo publicado em abril no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores mostram que quando células do endotélio (camada celular interna dos vasos sanguíneos) são inseridas no novo tecido, elas rapidamente crescem e se transformam em vasos sanguíneos após a implantação de tecido.
Fonte: Veja
Fonte: Oficina do Estudante